Erros meus, má fortuna, amor ardente
Este soneto é citado e reproducido no libro de S.Lamas que comento nestes días. E creo que moi a conto co tema do seu estudo. Ademais, Ferrín abre o seu poema "Triste Stephen" cun verso deste poema: "Errei todo o discurso dos meus anos..."
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Este soneto é citado e reproducido no libro de S.Lamas que comento nestes días. E creo que moi a conto co tema do seu estudo. Ademais, Ferrín abre o seu poema "Triste Stephen" cun verso deste poema: "Errei todo o discurso dos meus anos..."
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís de Camões